A Americanas (foto) entrou, nesta quinta-feira (19), com pedido de recuperação judicial em caráter de urgência. Com mais de R$ 40 bilhões em dívidas, a empresa informou que sua posição de caixa é de R$ 800 milhões, dos quais “parcela significativa (…) estava injustificadamente indisponível para movimentação na data de ontem”. Instituída no Brasil em 2005, a recuperação judicial é um processo no qual a empresa consegue, sob mediação da Justiça, um prazo maior para evitar a falência e continuar operando enquanto negocia com seus credores
À Justiça, a empresa apresenta, entre outras informações, o balanço financeiro dos últimos três anos e a lista de credores. Após o pedido ser aceito, a companhia tem 60 dias para apresentar o plano de recuperação, e as execuções são suspensas por 180 dias. Para Max Mustrangi, sócio da consultoria Excellance-Gestão de Turnaround e Reestruturação, especializada em reestruturação de empresas, a Americanas é uma empresa “morta”, sem perspectiva futura
“É uma empresa morta. Ela estava sendo mantida viva artificialmente no tubo de oxigênio […] Existe um conceito em finanças chamado ‘sunk cost’ (custo afundado, em português). Você não coloca mais dinheiro em cima de custo afundado. Perdeu, playboy! Se tem dinheiro bom, vai colocar em outro lugar, não vai gastar para recuperar um defunto. Por isso a relutância do controlador [Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira] de colocar dinheiro nela. Ele sabe que não vale nada”, afirmou. Mustrangi disse estar preocupado com a onda de demissões que deverá vir a seguir, dado que a empresa tem cerca de 48 mil funcionários. Segundo ele, é natural em um processo de recuperação judicial que a empresa anuncie o fechamento de pontos de venda deficitários e desligamento em massa de funcionários antes de acionar a Justiça.
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