A votação recorde que eliminou Karol Conká do BBB 21 fala muito sobre ela, mas talvez fale ainda mais sobre nós.
Texto: RAFAEL MELO
O programa - cujo mote é incitar o conflito interpessoal para o bem do entretenimento - sempre teve vilões da estatura da Conká. Mas antes, eram os vilões do programa; hoje são os vilões da semana. E isso diz muito sobre o público atual.
Veja que já na primeira semana, a eliminada teve 83% de rejeição. Rapidamente, um participante bateu incríveis 98,7% de repulsa, que era recorde e foi quebrado em apenas uma semana, com a incrível marca de 99,1% de rejeição pela cantora. Esses números podem não estar ameaçados, mas talvez ainda passe dos 90 na próxima semana, caso Projota fique na berlinda. Depois o Caio ou a Lumena. E depois haverá outro cancelado ou cancelada na mira dos telespectadores votantes.
Em todos os BBBs, sempre houve pessoas indigestas, canalhas, exageradas, briguentas, barraqueiras, chatonildas. O programa não mudou em absolutamente nada nestas 21 edições. Mas tem um detalhe que mudou bastante: o público.
O que mudou mesmo foi a mentalidade coletiva, o posicionamento em comunidade com a cultura do cancelamento, com acirramento do sentir, com a polarização hodierna, com as posturas extremadas. Uma vez eleito o ser desprezível da semana, acabou sua chance. É campanha mundial contra o inimigo, um arsenal de piadas e memes, recortes dos piores momentos, dentre outras humilhações, porque somos do bem e não gostamos do mal. Não sou eu, não é você, não é ele: somos nós. Assim fazemos com o participante do programa de TV, assim fazemos com o participante do mundo real.
Veja que já na primeira semana, a eliminada teve 83% de rejeição. Rapidamente, um participante bateu incríveis 98,7% de repulsa, que era recorde e foi quebrado em apenas uma semana, com a incrível marca de 99,1% de rejeição pela cantora. Esses números podem não estar ameaçados, mas talvez ainda passe dos 90 na próxima semana, caso Projota fique na berlinda. Depois o Caio ou a Lumena. E depois haverá outro cancelado ou cancelada na mira dos telespectadores votantes.
Em todos os BBBs, sempre houve pessoas indigestas, canalhas, exageradas, briguentas, barraqueiras, chatonildas. O programa não mudou em absolutamente nada nestas 21 edições. Mas tem um detalhe que mudou bastante: o público.
O que mudou mesmo foi a mentalidade coletiva, o posicionamento em comunidade com a cultura do cancelamento, com acirramento do sentir, com a polarização hodierna, com as posturas extremadas. Uma vez eleito o ser desprezível da semana, acabou sua chance. É campanha mundial contra o inimigo, um arsenal de piadas e memes, recortes dos piores momentos, dentre outras humilhações, porque somos do bem e não gostamos do mal. Não sou eu, não é você, não é ele: somos nós. Assim fazemos com o participante do programa de TV, assim fazemos com o participante do mundo real.
A Karol Conká é, sim, vilã. Mas é só a vilã da semana. Amanhã a gente elimina outro com mais 99%. Dentro ou fora do BBB.
Texto: Rafael Melo
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