terça-feira, 21 de julho de 2020

TODO  DURO  x HOLYIELD : A HISTÓRIA DE UMA DAS MAIORES  RIVALIDADES  DA HISTÓRIA DESPORTE  BRASILEIRO

Esqueça Bahia e Vitória, Corinthians e São Paulo, Flamengo e Fluminense. A maior rivalidade da história do esporte brasileiro, guardadas as devidas proporções, foi entre os pugilistas Luciano Todo Duro e Reginaldo Holyfield. 
Luciano Horácio era pernambucano. Pobre desde o nascimento, não frequentou a escola e, na adolescência, passou a treinar boxe, ganhando o apelido de Todo Duro.  A história dele, é bem semelhante à de um homem que seria seu maior rival no futuro, o baiano, nascido em Salvador, Reginaldo da Silva de Andrade, o Reginaldo Holyfield. 
Durante 20 anos de embates, com várias vitórias para cada lado, nenhum dos atletas jamais constituiu uma superioridade expressiva sobre o rival. Temperado pela rixa entre baianos e pernambucanos, o duelo foi elevado à condição de "maior clássico do boxe
brasileiro".
Ao longo dos anos 90 e início dos anos 2000, os dois atletas se enfrentaram 7 vezes. Nessas duas décadas de enfrentamento, a rivalidade foi temperada com insultos, brigas na pesagem, xingamento de familiares e muita, muita porrada. Quando era entrevistado, Todo Duro fazia questão de mexer com o brio dos baianos e Holyfield não deixava barato, apelando e falando mal do povo pernambucano. Aos poucos, a disputa foi se transformando em uma rivalidade tão competitiva que virou questão de patriotismo estadual. Não bastava apenas vencer, tinha que nocautear, levar à lona para vingar seu próprio povo.
E foi dessa forma que as lutas entre esses dois pugilistas rechearam o imaginário popular nordestino e ajudaram a popularizar o boxe brasileiro. Levando a Bahia a lançar, mais tarde, um dos maiores boxeadores da história do país: "Acelino Popó Freitas", amigo e fã de Reginaldo. 
Em 2015, ocorreu a última luta entre os rivais. Com ampla divulgação e vitória de Todo Duro por pontos, terminava ali, entrando para os livros de história, a saga de dois homens sofridos, que não conseguiram alçar carreira internacional por conta de limitações orçamentárias e falta de apoio financeiro, mas que fizeram do cenário do boxe nacional um campo de guerra que levou multidões de brasileiros, especialmente pernambucanos e baianos, aos ginásios e ringues de todo o país.

Texto - Joel Paviotti
Iconografia da História

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