O Hub-Itapetinga é um grupo solidário formado por funcionários públicos, profissionais autônomos,
empresários e cidadãos de Itapetinga unidos para o enfrentamento da pandemia de COVID-19. Itapetinga,
há cerca de um mês, contabilizava 11 casos de COVID-19; hoje (01 De julho) já temos 394 casos confirmados, e vários oriundos da transmissão comunitária.
Vivemos em um Estado de Emergência em Saúde Pública, e a gestão da pandemia deverá ser longa, podendo
pode durar anos até a descoberta de uma vacina ou medicamentos eficazes para o seu tratamento. Diante
disto, a política de combate ao COVID-19 deve ser pautada nos padrões de avanço da sua disseminação,
seus efeitos na população e na capacidade do sistema de saúde local e regional para atendimento às
demandas dos infectados.
Até o momento, o isolamento social é a única medida eficaz reconhecida pelos órgãos oficiais de saúde,
como o MS e a OMS, para redução do número de infectados e da velocidade de disseminação do vírus.
O número de óbitos locais dependerá de respostas eficientes e urgentes dos gestores públicos. Essas
respostas exigem ética, responsabilidade e uma dinâmica baseada nas avaliações feitas por especialistas das curvas epidemiológicas da progressão da doença. Levando em consideração que os boletins de casos refletem
decisões tomadas nos 10 a 15 dias anteriores à sua publicação.
Gestores públicos não podem se submeter a pressões de setores econômicos específicos que questionam a
necessidade de isolamento da população, sem contrapropostas de eficácia comprovada! Quantas mortes
aceitaremos para manter o funcionamento de atividades de alto risco de contaminação? Vamos pagar para
ver as mortes acontecendo, quando poderiam ser evitadas?
É importante retomar as atividades econômicas, mas essa retomada deve obedecer a um planejamento
dinâmico, responsável e criterioso. Qualquer medida de flexibilização do isolamento social deverá ser
planeada de maneira integrada, baseando-se em uma hierarquia de prioridades para cada setor de atividade.
Pautada em estudos científicos e recomendações dos profissionais de saúde e vigilância epidemiológica.
Uma flexibilização precipitada que atende às demandas de setores específicos pode impor a necessidade de
recuos mais longos, com maior prejuízo para a economia. Países que foram mais enérgicos nas medidas de
implantação do isolamento social são os que estão conseguindo recuperar suas atividades com maior rapidez.
A gestão pública e a população partilham a responsabilidade sobre a progressão da pandemia, o que requer
que as decisões sejam pensadas coletivamente. Os gestores são responsáveis pela seguridade social da
população, através da adoção de medidas ágeis que garantam o acesso a informações estratégicas, ações
educativas e o atendimento adequado. Sem diálogo, não se pode estabelecer pactos coletivos para o
enfrentamento da pandemia. Nesse sentido, a coordenação do Grupo Hub-Itapetinga sugere a adoção imediata por nossos gestores públicos, das seguintes medidas:
1. Cumprimento das recomendações do Ministério Público Municipal (Recomendação 02/2020 de
23/03/20), para apresentação dos Planos de Contingência Municipais, incluindo a divulgação de
informações estratégicas sobre prevenção, informação sobre contágio e protocolos de atendimento
dos casos suspeitos, entre outras;
2. Apresentação de um Plano Emergencial de Seguridade Social para garantir condições adequadas
para a população ficar em casa;
3. Ampla divulgação para a população das estratégias adotadas pelo executivo municipal para a gestão
da pandemia;
4. Reforço da equipe de saúde para monitorar os casos suspeitos;
5. Ampliação das equipes de fiscalização para assegurar a manutenção do isolamento social de no
mínimo 60% da população;
6. Isolamento de áreas de risco, tais como unidades hospitalares e unidades de apoio;
7. Celeridade no uso dos recursos financeiros destinados ao Município para enfrentamento da
pandemia;
8. Inclusão de representação oficial do legislativo municipal e a articulação com a sociedade civil
organizada no Gabinete de Crise;
9. Realização de transmissões oficiais semanais para divulgar as medidas adotadas e permitir a
participação remota da comunidade nas redes sociais e seus canais de comunicação;
10. Planejamento do monitoramento das pessoas que transitam entre as barreiras sanitárias e fiscalização
preventiva dos setores de serviços (agências bancárias, empresas de construção civil, de obras de
linhas de transmissão e das indústrias), onde a circulação de pessoas é intensa
11. Planejamento participativo da flexibilização do isolamento e retomada gradual das atividades
econômicas, considerando as atividades prioritárias com base nas normativas vigentes;
12. Investimento massivo em prevenção, campanhas informativas e equipamentos de proteção individual
(EPIs) para a prevenção do contágio, especialmente nos bairros periféricos,
13. Ampliação do número de testes, em especial nos trabalhadores de atividades essenciais (saúde,
segurança pública e serviços) e população mais vulnerável. Maior transparência e agilidade na
divulgação dos novos casos e do número de testes realizados pela secretaria de saúde;
14. Mapeamento dos casos por bairros, de forma a dimensionar o avanço da transmissão comunitária e a
necessidade de adoção de novas medidas de controle do distanciamento social;
15. Medidas mais enérgicas para interrupção de atividades econômicas e sociais com aglomeração de
pessoas e que podem provocar aumentos na incidência de casos como restaurantes, bares, festas,
academias e templos religiosos, cujos níveis de riscos de contágio se equiparam aos de hospitais.
Estimulando comércios com distanciamento social, como televendas, e-commerce e delivery.
Proibindo durante a pandemia, da distribuição de panfletos publicitários nas ruas;
16. Estímulo a novas formas de prestação de serviços e atividades comerciais que possibilitem o
distanciamento social, como televendas, e-commerce e delivery. Proibindo durante a pandemia a
distribuição de panfletos publicitários nas ruas
17. Melhorar a articulação da Prefeitura de Itapetinga com as Prefeituras da nossa região, no âmbito da
política territorial. Visando o gerenciamento coletivo da pandemia, de forma a facilitar o
acompanhamento e controle dos pacientes graves que necessitarão de cuidados nas UTIs, uma vez
que toda região necessita dessa estrutura para atendimento aos casos graves. Disponível até o
momento apenas na cidade de Vitória da Conquista.
O grupo HUB-Itapetinga reitera que seguirá, de acordo com suas possibilidades, apoiando a comunidade nas
ações de combate à COVID-19. Onde reafirmamos nosso empenho no acompanhamento das ações dos
gestores públicos e demais responsáveis legais, na intenção de contribuir para a segurança da comunidade
local. Frisando a importância da tomada de decisões baseadas em princípios técnico-científicos e na
priorização da Vida.
Vidas importam!
Fiquem em casa!
Juntos(as) somos mais!
Coordenação do grupo Hub-Itapetinga
OBS: Acesse aqui o documento completo:
https://drive.google.com/file/d/1G52pPIczm49Y3fG1lX6J6Kwf2ORaXzvY/view?usp=sharing
Obrigada Tiago pela divulgação desse importante manifesto que tem a motivação de salvar vidas. Onde esperamos de nossos gestores além do máximo empenho no combate a pandemia que abra o diálogo com a comunidade e tenha trasnparência nas ações realizadas!
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