Estudo descobriu que, até 2050, a taxa de extinção de vertebrados será
até 117 vezes maior do que o esperado em condições normais.
Estima-se que 99% de todas as
espécies que já existiram na Terra hoje estão extintas. Um número chocante, mas
mais impressionante que isso é saber que essas espécies não foram sumindo aos
poucos ao longo da história. Pelo contrário: as extinções foram concentradas em
períodos relativamente curtos, em que grandes porcentagens de toda a vida
existente sumiram em apenas
alguns milhões de anos (o que, na linha do tempo da Terra, é muito pouco).
alguns milhões de anos (o que, na linha do tempo da Terra, é muito pouco).
Um desses eventos de “extinção em
massa” é bastante famoso: aquele causado pelo asteroide que acabou com (quase
todos) os dinossauros. Mas esse episódio está longe de ser o único ou o mais
letal da história – ao todo, pelo menos cinco eventos de extinção em massa
aconteceram na Terra (veja todos no final desta matéria).
Já faz algum tempo que diversos cientistas
vêm argumentando que a sexta extinção em massa está ocorrendo agora, no momento
em que você lê esse texto. Não faltam evidências que mostram que o número de
espécies extintas no Holoceno (o período atual que vivemos, que começou há
cerca de 11 mil anos) está cada vez mais próximo do número de extinções dos
eventos em massa citados – tudo por conta da ação da humanidade.
Só no século 20, por exemplo,
centenas de espécies se foram para sempre, e, para as próximas décadas, a ONU
afirma que quase um milhão de espécies de animais e plantas estão ameaçadas de
extinção em algum grau por conta de atividades humanas. Em 2015, um estudo
publicado na revista Science compilou evidências como essa para bater o martelo
e chegar em uma conclusão bem aceita na comunidade científica: tudo indica que
estamos de fato vivendo uma extinção em massa.
Acelerando a extinção
Agora, um novo estudo da mesma
equipe não só reafirma a ideia como mostra que as extinções estão acontecendo
ainda mais rápido do que se previa anteriormente. Ou seja: o fenômeno está
acelerado. A equipe da Universidade de Stanford e da Universidade Nacional
Autônoma do México usou 29.400 espécies de vertebrados terrestres como um
indicador da velocidade das extinções que estamos vivendo. Deste total, 515 se
encaixam no conceito de “à beira da extinção” (quando há menos de mil
representantes da espécie vivos no mundo atualmente). Desse grupo, cerca de
metade conta com menos de 250 espécimes vivos, o que é ainda mais grave.
Usando dados de 77 espécies de
mamíferos e pássaros que estão no grupo de seriamente ameaçadas, os
pesquisadores descobriram que 94% de todas as populações dessas espécies
sumiram no último século. Generalizando essa porcentagem para as outras
espécies do grupo de maior risco, eles estimaram mais de 237 mil populações
desses animais sumiram desde 1900.
Supondo que essas espécies em
alto risco só sobrevivam por mais algumas décadas, e somando essas espécies com
as 543 de vertebrados já extintas no século 20, um total de 1.508 espécies de
vertebrados terrestres estarão extintas até 2050. Calcula-se que, em condições
normais, apenas nove espécies do tipo seriam extintas naturalmente. Ou seja, a
taxa de extinção do período 1900-2050 será 117 vezes maior do que a taxa de
extinção esperada. Um número tão grande em tão pouco tempo só é observado em
eventos de extinção em massa.
O problema é ainda pior se
colocarmos na conta as 388 espécies que possuem entrem 1.000 e 5.000
representantes vivos. O número de espécimes vivos é um pouco maior, mas a
situação delas não é exatamente confortável. Além disso, 84% dessas espécies
vivem nas mesmas regiões das 515 citadas anteriormente, que estão sob altíssimo
risco de extinção – o que piora tudo. Isso porque, quando se trata de
extinções, há de se considerar o efeito cascata: o sumiço de uma espécie
prejudica as relações ecológicas de todo um habitat, e isso facilita que outras
espécies também sigam pelo mesmo caminho.
“Interações ecológicas de
espécies à beira da extinção tendem a levar outras espécies à aniquilação
quando desaparecem – ou seja, a extinção gera extinções”, explicam os
pesquisadores no estudo. Um exemplo claro disto é o da
“vaca-marinha-de-steller”, uma espécie de mamífero marinho que foi extinto no
século 18 devido à diminuição do número de lontras marinhas no mar de Bering
por conta da ação de caçadores humanos.
fonte: superinteressante
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