Método apresentou resultados satisfatórios em animais e humanos durante
testes preliminares feitos no Reino Unido.
A Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária) autorizou na última terça-feira (2) o início dos testes
clínicos de uma potencial vacina contra Covid-19 no Brasil. Ela foi
desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, com patrocínio da
AstraZeneca, empresa sueco-britânica de biotecnologia. Por aqui, será testada
na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e na rede de hospitais D’Or São
Luiz.
A candidata a vacina tem o nome
de ChAdOx1 nCoV-19, e já passou por testes em macacos e
experimentos com humanos
no Reino Unido. A primeira fase de testes clínicos começou em abril, e contou
com cerca de mil adultos entre 18 e 55 anos. Segundo um comunicado da Anvisa,
“os resultados demonstraram que o seu perfil de segurança foi aceitável”. A
taxa de eficácia em humanos, até agora, foi de 50%.
A próxima etapa de testes da
vacina (fase 3) conta 10 mil voluntários no Reino Unido. No Brasil, serão
outros 2 mil, do Rio de Janeiro e São Paulo, a partir de junho. De acordo com o
G1, as pessoas que participarão do estudo trabalham na linha de frente do
combate ao novo coronavírus no país.
Se a vacina se mostrar eficaz
nessa última etapa, a empresa farmacêutica poderá dar entrada no pedido de
comercialização do produto. Segundo o site jurídico JOTA, a AstraZeneca planeja
registrar a ChAdOx1 nCoV-19 junto à Anvisa. Ou seja, se aprovada, a vacina deve
estar disponível para pacientes no Brasil.
A vacina foi feita a partir de
uma versão enfraquecida de um adenovírus, que causa o resfriado comum. Esse
vírus foi modificado pelos cientistas para carregar o material genético das
proteínas spike do Sars-CoV-2 – as estruturas pontiagudas e que formam a
“coroa” do novo coronavírus, usada por ele para penetrar as células humanas.
Isso alerta o sistema
imunológico, que começa a atacar o invasor. Assim, o organismo aprende a
combater o novo coronavírus sem ter sido infectado por ele, mas por um “primo”
feito em laboratório que tem spikes iguais ao causador da Covid-19. Se a pessoa
imunizada for infectada no futuro, o corpo já saberá de antemão como se
defender.
Qualquer pesquisa clínica
envolvendo humanos no Brasil precisa, primeiro, ser aprovada pelos Comitês de
Ética em Pesquisa (CEPs) ou pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa
(Conep). Devido à pandemia de Covid-19, a Anvisa vem tentando acelerar esse
processo, julgando novas propostas de estudos clínicos ou medicamentos para
prevenção e tratamento por meio de um comitê especializado. Segundo o portal da
Anvisa, outros cinco ensaios que investigam Covid-19 são autorizados, hoje, no
Brasil – dois deles envolvem a hidroxicloroquina.
fonte: superinteressante
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