Se você olhar para o céu em uma
noite estrelada e encontrar a Constelação de Telescópio, vizinha da Constelação
de Sagitário, estará olhando para o buraco negro mais próximo da Terra já
encontrado - até agora. Ele está situado a apenas 1.000 anos-luz de distância,
e sua descoberta foi anunciada nesta quarta-feira (6) em um estudo publicado na
revista Astronomy & Astrophysics.
Uma equipe de astrônomos do
Observatório Europeu do Sul (ESO) notou evidências de um objeto invisível ao
observar duas estrelas “irmãs”. Então, descobriram que se trata de um buraco
negro que
, com essas estrelas, forma um sistema triplo de objetos. “Ficamos
bastante surpresos quando percebemos que este é o primeiro sistema estelar com
um buraco negro que podemos observar a olho nu,” disse Petr Hadrava, co-autor
da pesquisa.
Este sistema, chamado HR 6819,
era até então conhecido por ser formado por apenas duas estrelas. No entanto,
as observações mostraram que uma delas estava orbitando um objeto invisível em
um período de 40 dias, enquanto a outra se mantinha a uma distância maior desse
par misterioso.
Foi necessário coletar dados
durante vários meses para saber o que estava no centro da órbita dessa estrela
mais interna do sistema. O buraco negro estava bem escondido porque ele não
interage com objetos ao seu redor e, com isso, não há uma atividade ou emissão
de qualquer tipo de radiação que chame a atenção dos astrônomos. É um dos primeiros
buracos negros estelares conhecidos que não interagem com o meio que os
circunda.
Apesar disso, a equipe conseguiu
não apenas encontrá-lo, como também calculou a sua massa ao estudar a órbita da
estrela que gira ao seu redor. “Um objeto invisível com uma massa de pelo menos
4 vezes a massa do Sol, só pode ser um buraco negro,” conclui Rivinius, que
trabalha no Chile.
Embora haja bastante entusiasmo
ao encontrar o buraco negro mais próximo da Terra, ainda por cima em um sistema
que podemos enxergar sem a ajuda de telescópios ou binóculos, essa descoberta
pode ser apenas a ponta do iceberg. “Deve haver centenas de milhões de buracos
negros, mas nós apenas conhecemos alguns. Saber o que procurar nos dá agora uma
melhor oportunidade de os encontrar,” disse Rivinius. E há um novo candidato: o
sistema LB-1, que também pode ser um sistema triplo deste tipo.
Mas para comprovar a existência
de outro buraco negro dessa natureza, é preciso mais observações. Para Marianne
Heida, pós-doutoranda no ESO e co-autora dessa nova pesquisa, encontrar esses
buracos negros e estudá-los dará aos cientistas “a oportunidade de aprender
bastante sobre a formação e evolução das estrelas raras que começam as suas
vidas com mais de cerca de 8 vezes a massa do Sol e terminam as suas vidas numa
explosão de supernova, deixando como resto um buraco negro”.
De acordo com o ESO, a descoberta
de sistemas triplos como este também nos dá pistas sobre a fonte de ondas
gravitacionais fortes o suficiente para serem detectadas aqui na Terra. Essas
ondas podem ser causadas por fusões que, talvez, ocorrem em sistemas
semelhantes ao HR 6819, com a diferença de que haveria dois buracos negros, ou
pelo menos uma estrela de nêutrons com um buraco negro.
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