Mau tempo impediu que o lançamento histórico ocorresse na quarta (27).
É a primeira vez que astronautas da Nasa vão pegar carona em um veículo de Elon
Musk.
O mundo inteiro esqueceu do
coronavírus por algumas horas da última quarta (29), durante os preparativos
para um acontecimento histórico: para as 17h33 daquele dia, no horário de
Brasília, estava marcado o lançamento da primeira missão da Nasa à bordo de um
foguete projetado e fabricado pela iniciativa privada – O Falcon 9, da SpaceX
de Elon Musk. Infelizmente, o céu fechou e o lançamento foi adiado.
O mau tempo foi passageiro, mas
não é possível atrasar 10 ou 20 minutinhos quando o assunto é uma
viagem à
órbita da Terra – qualquer atraso, por mais insignificante que pareça, é
suficiente para tirar a cápsula Crew Dragon da rota necessária para ancorar na
Estação Espacial Internacional (ISS), destino dos astronautas Robert Behnken, 49
anos, e Douglas Hurley, 53.
O lançamento foi remarcado para
este sábado (30), às 16h22 no horário de Brasília. Nesta sexta, pela manhã, a
45a Ala Espacial da Força Espacial americana (USSF), responsável por operar a
base de Cabo Canaveral, na Flórida, informou que há 50% de chance do tempo
colaborar. Caso ainda haja nuvens demais, há uma chance ligeiramente maior de
conseguir um céu de brigadeiro no domingo (31), pontualmente às 15h00.
É preciso monitorar não apenas a
Flórida mas uma grande faixa de oceano do Atlântico Norte, que corresponde à
área onde os astronautas poderiam cair se precisassem ejetar na eventualidade
de um acidente. É importante garantir que embarcações e aeronaves de resgate
sejam capazes de alcançá-los sem encarar um mar revolto ou nuvens de chuva caso
algo dê errado.
Até 2011, a Nasa supria a ISS
usando os ônibus espaciais – que decolavam na vertical, com o auxílio de um
foguete, mas depois reentravam na atmosfera da Terra e pousavam planando, como
um avião com os motores desligados. Quando essa tecnologia foi aposentada, eles
passaram a depender da Soyuz russa. É uma nave antiga e confiável, com 153
missões no currículo – registrou apenas um acidente fatal desde 1967, data de
sua estreia.
Cada astronauta enviado para treinamento
na Rússia sai US$ 86 milhões para a Nasa – além do período de adaptação ao
hardware soviético, eles precisam decolar da base de Baikonur, construída no
Cazaquistão na época em que o país era parte da USSR. Sai caro, mas não tanto
quanto um lançamento da Artemis – o foguete mais moderno construído pela Nasa,
que sequer está pronto para operar, custaria algo entre US$ 500 milhões e US$
900 milhões por lançamento.
O Falcon 9 de Elon Musk resolve
dois problemas. O primeiro é tornar os EUA independentes da tecnologia russa –
algo útil já que a relação entre os dois países azedou ligeiramente desde a
troca de afagos no pós-Guerra Fria, quando a construção da ISS marcou uma era
de cooperação. O segundo é uma missão de Falcon 9 sai por “só” US$ 90 milhões,
um décimo do custo projetado para a Artemis. De quebra, a SpaceX oferece algo
que os russos não têm: o Falcon Heavy, um foguete mais parrudo capaz de chegar
à Lua.
fonte: superinteressante
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