terça-feira, 18 de setembro de 2018

HITLER, EM ENTREVISTA, DESMENTE "NAZISMO SOCIALISTA", E SE DIZ DE EXTREMA DIREITA, "PODERÍAMOS NOS CHAMAR PARTIDO LIBERAL."

Entrevista feita com o ditador alemão em 1923 esclarece polêmica sobre o nazismo ser socialista, divulgada nas mídias sociais pelos eleitores de Bolsonaro, esses que também negaram a existência do Holocausto.
“Eu vou tirar o socialismo dos socialistas”, disse o ditador Adolf Hitler, fundador e ideólogo do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, abreviado por seus seguidores como Nazi. Condutor de um dos regimes fascistas mais sanguinários da história, Hitler e o nazismo provocaram a deflagração da Segunda Guerra Mundial (70 milhões de mortos) e do Holocausto (6 milhões de judeus assassinados), duas das maiores tragédias da humanidade.
Nos últimos dias, uma polêmica transnacional tomou conta da internet. Milhares de internautas passaram a debater ferozmente sobre se o partido político de Hitler era ou não de esquerda. E a motivação do arranca-rabo virtual foi a mais inócua possível: um vídeo publicado nas redes sociais da
embaixada alemã no Brasil, com o objetivo de se posicionar contra uma série de demonstrações neonazistas feitas em Chemnitz, no leste da Alemanha, ao longo do último mês.
Trata-se de um ato de repúdio natural, vindo de um governo que trabalha ativamente contra a proliferação da ideologia ariana em seu território e opera sob uma Constituição que criminaliza o nazismo e a negação do Holocausto. “Devemos nos opor aos extremistas de direita, não devemos ignorá-los, temos de mostrar nossa cara contra neonazistas e antissemitas. (...) Quem protesta contra os nazistas não é de esquerda. É normal”, disse o ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas.
Ao tomarem conhecimento da afirmação, grupos de brasileiros exaltaram-se ao contestá-la. Sem se importarem com as evidências da historiografia e da ciência política do século XX, os comentaristas afirmaram que o nazismo era uma ideologia de extrema-esquerda, parceira do comunismo soviético e chinês. Apenas mais um dos filhos de ideologia marxista.
E isso não poderia ser mais óbvio, disseram ao desinformado governo alemão: o nome do partido — “Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei”, ou, em bom português, o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães — era a prova indiscutível. Hitler e seus correligionários se autodeclaravam socialistas, ora bolas! Era, para eles, um apagamento dos crimes cometidos pela esquerda.
A melhor resposta aos críticos brasileiros foi encontrada pelo escritor Samir Machado, ao divulgar entrevista de Hitler em 1923 ao jornal britânico The Guardian. Nela, Hitler destila seu ódio contra a esquerda, colocando toda a culpa da falência alemã da República de Weimar no bolchevismo implantado em sua nação. O repórter George Sylvester Viereck pergunta a Hitler: “Por que você se define como um nacional-socialista se o programa de seu partido é a própria antítese do que é comumente associado ao socialismo?”.
“Socialismo”, Hitler responde belicosamente, baixando sua xícara de chá, “é a ciência de lidar com o bem comum. Comunismo não é o socialismo. Marxismo não é socialismo. Os marxistas roubaram o termo e confundiram seu significado. Eu retirarei o socialismo dos socialistas. O socialismo é uma instituição alemã, do arianismo antigo. Nossos ancestrais alemães possuíam certas terras em comum. Cultivavam a ideia do bem comum. O marxismo não tem o direito de se disfarçar de socialismo. O socialismo, ao contrário do marxismo, não repudia a propriedade privada. Ao contrário do marxismo, não envolve a negação da personalidade; em vez de marxista, ele é patriótico. Nós poderíamos nos chamar Partido Liberal.”
É um mito tanto dizer que todo regime autoritário e de Estado centralizador é de esquerda, dado o tamanho inflado do governo federal, quanto afirmar que governos de direita são adeptos do Estado mínimo liberal. Basta olhar para a experiência da maioria das ditaduras militares da América Latina, confessamente conservadoras e anticomunistas, mas que ainda assim não prescediam de um Estado forte e que gastavam muito.
Acreditar que o nacional-socialismo hitlerista pudesse ser de esquerda é um erro equivalente a aceitar que a República Democrática da Coreia do Norte seja um regime democrático e plural.
A fala de Hitler e a precisa pergunta do repórter poderiam ter dado um xeque-mate à questão se os comentaristas de internet não tivessem ido além: alguns negaram a existência do Holocausto, crime genocida com incontáveis provas cabais das fontes mais diversas.
Oficiais nazistas foram condenados criminalmente pelo massacre — com um desses julgamentos seminalmente descrito por Hannah Arendt em sua série de reportagens Eichmann em Jerusalém, em que explicava a “banalidade do mal” —; museus em homenagem às vítimas existem em diversas cidades alemãs e polonesas, sendo o mais notório o do campo de concentração de Auschwitz, onde a estrutura e a memória do genocídio são mantidas como alerta; e milhares de sobreviventes descreveram seu suplício ao longo do século passado, muitos deles inclusive radicados aqui no Brasil.
A negação ao Holocausto é um ato de fé na ignorância. Como escreveu Morten Høi Jensen em um artigo para a Los Angeles Review of Books: “Hitler não tinha imaginação; ele era incapaz de encurtar a distância de si próprio com as outras pessoas e por isso não podia se ver no lugar delas. Sua autoidentidade era desinibida, permitindo que ele se escondesse por trás do fantasmagórico ‘nós’ — o Volk alemão —, que era como ele referia a si mesmo. Era o abismo decisivo em sua personalidade, o pré-requisito que o permitiu orquestrar o maior e mais eficiente genocídio da história humana”.
Jensen cita o escritor norueguês Karl Ove Knausgård para explicar que o “fortalecimento do nós e o enfraquecimento do eu” permitia a redução da resistência contra a gradual desumanização e exclusão dos que não eram “nós” — nesse caso, os judeus.
A empatia pelo sofrimento do próximo talvez seja sentimento ausente entre os comentaristas da internet que negam o Holocausto. Se os livros de história são de difícil absorção para alguns deles, talvez pudessem buscar em filmes tal empatia: Shoah, Noite e neblina, Filho de Saul, A lista de Schindler ou A vida é bela são obras acessíveis. A menos que se viva no reino do absurdo.

fonte: ÉPOCA 

13 comentários:

  1. Nesse período eleitoral os petistas apelam para tudo e esquecer que seu líder está preso por corrupção ativa e isso levou o país a 10.000.000 de desempregados e a culpa é de temer que ficou somente para ser o apóstolo Pedro. Depois se por ventura o pt ganhar o Michel Temer vai ser ministro de Haddad.

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    1. Mano! Vai se lascar, deixa de ser doente por politica retardado.

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  2. Qualquer semelhança das ideologias de Hitler com as do candidato truculento, #elenão, #elenunca, NÃO É MERA COINCIDÊNCIA.
    Quando se iniciavam as pretensas candidaturas à presidência, bem no começo, postei um comentário neste blog onde chamava a atenção dos "futuros eleitores" de JÁ IA, das semelhanças entre seus discursos e as práticas de Hitler. Um "anônimo" achou um absurdo tal consideração feita por mim, porém, o que temos visto nos discursos do tal candidato senão o desejo de extermínio (invasão das comunidades/favelas por oficiais atirando aleatoriamente), a desvalorização da mulher (ao considerar sua filha como "uma escorregada" após ter 3 filhos, a ideologia do "branqueamento da espécie humana" quando considera o negro desqualificado para entrar na sua família, ou seja, volto a dizer, NEGRO, POBRE, GAYS, MULHERES que tiverem o mínimo de decência, confima: #elenunca
    #elenão.
    Quem educa a família é quem a formou. Se uma pessoa precisa da intervenção militar ou seja de quem for para garantir a ordem, respeito e paz nos seus lares, NÃO DEVERIAM TER FEITO FILHOS.

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  3. "A empatia pelo sofrimento do próximo talvez seja sentimento ausente entre os comentaristas da internet que negam o Holocausto. Se os livros de história são de difícil absorção para alguns deles, talvez pudessem buscar em filmes tal empatia: Shoah, Noite e neblina, Filho de Saul, A lista de Schindler ou A vida é bela são obras acessíveis. A menos que se viva no reino do absurdo."
    Não vivem no reino do absurdo, vivem na mais profunda ignorância do conhecimento. OS eleitores de Aécio Neves, num gesto desesperado, após o GOLPE, se declararam ANTE PT.
    Desorientados feito baratas tontas ou ratos de navios, para não darem o braço a torcer, (porque viram a merda que virou o país depois do Golpe), Desavergonhadamente, entraram na campanha pro Bolsonaro. O curioso é que no desfile da Independência, vi algumas pessoas que conheço muito bem, vestidas com camisa de campanha a favor de Bolsonaro e posso assegurar que NUNCA aquela pessoa apoiaria tal candidato. Ou ela foi uma fraude por mais de 25 anos em que trabalhamos juntos ou está sendo agora.
    Se vc postar os comentários das matérias anteriores sobre as pesquisas e a "liderança" de Bolsonaro, verá que eu falei que a partir do momento em que a candidatura de HADDAD fosse oficializada, NÃO TINHA PRA NINGUÉM!
    DITO E FEITO!
    EM UMA SEMANA ELE SUBIU NAS PESQUISAS, SAINDO DO ÚLTIMO PARA O 2° LUGAR, vamos ver quem ganha nesse 1° turno? Até 7 de outubro muita gente decidirá pelo 13.
    Pegando ponga na frase dos adversários:
    É melhor JAIR preparando para a derrota.

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  4. Ta bom, nunca foi discutido isso ai agora mim aparece nazista de extrema . voçe ta e com medo de bolsonaro entra ele vai regulariza os valores passado as ong instituições.

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  5. Eles eram liberal só para a raça ariana, mas pro resto do mundo, nem a pau.

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  6. Palhaçada.
    por que não colocar aqui que no seu face o Bolsonaro ganhou do lula disparado? (Você postou lá "O resultado será divulgado no site Itapetinga agora").
    Por que não posta aqui que o Hitler era do Partido dos trabalhadores?
    Agora fica com essa conversinha de que quem é de direita é nazista.
    Nazista é quem invade terras igual ao MST, pois, foi isso que o Hitler fez.
    nazista é quem aproveita da ingenuidade do povo para garantir benefícios a si próprio como o Boulos faz cobrando aluguel de ocupações, o Lula enricando os seus filhos, que é o que o Hitler também fazia.
    A sorte do cara que esfaqueou Bolsonaro é que, quem pegou ele é de direita e de bem, e teme a policia e a justiça, se não ele estaria junto com o capeta agora.

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  7. Você esta querendo o que com essa matéria tendenciosa???

    Você deveria colocar uma matéria com a quantidade de pessoas que morreram no nosso pais nos últimos 16 anos de governo do PT, pela violência, pela falta de remédios, hospitais sucateados, drogas, corrupção, etc.

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  8. quanto mais bate em Bolsonaro ele cresce.

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  9. Só os cegos e ignorantes que depois de tudo ainda tenham coragem de ir até às urnas e votar no 13 sabendo que o Lula e a sua quadrilha fizeram o maior roubo da história do Brasil.

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  10. Descobriram que o cara que esfaqueou Bolsonaro estava na cidade hospedado numa pensão a 15 dias até o ocorrido, pagando tudo no dinheiro e agora ele está com 4 advogados, a pergunta é quem está pagando tudo isso ? A mídia não investiga e nem toca no assunto, isso que aconteceu com ele foi Crime politico sim, a coisa e pior do que nós imaginamos.

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  11. O PT divide os brasileiros entre POBRES E RICOS, NEGROS BRANCOS, ÍNDIOS, GAYS E HÉTEROS, HOMENS E MULHERES. SÃO TANTAS DIVISÕES, COLOCANDO UNS GRUPOS CONTRA OUTROS.

    BOLSONARO NÃO FAZ ESSA DIVISÃO, PARA ELE, VOCÊ É UM BOM BRASILEIRO ou é PETISTA COMUNISTA QUE QUER PREJUDICAR O BRASIL.

    MAS BOLSONARO PROMETE EDUCAR OS PETISTAS PARA TRANSFORMÁ-LOS EM GENTE TAMBÉM.

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  12. Na mesma entrevista do The Guardian, em que o post se baseia para dizer o nazismo é de direita, logo após o "Nós poderíamos nos chamar Partido Liberal" Hitler afirma "NOSSO SOCIALISMO É NACIONAL.Exigimos o cumprimento das reivindicações justas das classes produtivas pelo estado com base na solidariedade racial. " é só conferir o artigo original https://www.theguardian.com/.../2007/sep/17/greatinterviews1 o trecho em inglês "We might have called ourselves the Liberal Party. We chose to call ourselves the National Socialists. We are not internationalists. Our socialism is national. We demand the fulfilment of the just claims of the productive classes by the state on the basis of race solidarity. To us state and race are one." quem tiver interesse tem outro artigo falando do assunto no https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=98

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