"Quando começa o ano, começo a sentir o cheiro do PANAVOEIRO, que faço no São João, é festa é forró é folia, é alegria nesse meu sertão..."
Não sei se tinha mais que 10 anos, mas me lembro das festinhas do dia das mães e do São João feitas por moradores da Avenida das Industrias, na Nova Itapetinga. Era uma coisa muito legal, e eu consigo me recordar do cheiro de terra molhada (a rua não era calçada) e do movimento intenso das pessoas dançando, ou queimando fogos de artifício. O calor da fogueira também era marcante nessa data.
Mas não tem como falar de São João em Itapetinga sem lembrar do EDIGAR EVANGELISTA DOS ANJOS, o “MÃO BRANCA”, me recordo dele, frequentemente, se apresentando nos cantos da cidade, inclusive na Avenida das
Industrias... Mão Branca era magro de dar dó, e prova que o tempo e a idade fez muito bem, tanto no físico quanto na qualidade de seu trabalho. Me lembro bem (se não estiver errado) do cantor chegar em um FUSQUINHA, com um violão debaixo do braço, um chapeuzinho na cabeça e me deixando na curiosidade: “Porque ele se chama Mão Branca?”. De todas as canções de Mão, uma é a minha preferida PANAVOEIRO, me recordo dessa música de uma maneira muito especial, ela é o passaporte para relembrar os antigos “forrós” da minha infância... Panavoeiro me veio pra casa através do meu irmão Fábio, e o disco quase que furou de tanto tocar... É uma música inocente, linda, e extremamente saudosa... E que volta e meia me traz essa saudade...
Naqueles tempos antigos de São João, era comum correr junto com amigos para a casa de Dona Maria e seu Zé Gordão, pais de Nilton da Comutran, ou mesmo para a casa de Miúda, de Seu Gabriel, de Dona Guta ou d e inúmeros outros vizinhos... Toneladas de biscoitos eram distribuídos para os vizinhos e as casas mais pareciam o Arraiá da Lagoa, de tanta gente que se enchiam... Era um grito na porta: SÃO JOÃO PASSOU AQUI? De dentro a senha era facilmente respondida: PASSOU! E podia-se entrar, comer e beber a vontade, e eu amava aquilo tudo... Observo que naqueles tempos criança não tinha tanta frescura, a gente caia no licor, nos quentões e nas batidas de maracujá e se caracterizava com arremêndos nas roupas e o bigode falsiane.
Tempos bons que não voltam... Em que fazíamos a festa nas nossas esquinas e casas... Tempos em que o São João era um verdadeira tempo de Alegria e fraternidade... Esperávamos essa data ansiosamente durante todo o ano e hoje é apenas uma festa com bandas em uma praça qualquer...
Tiago Bottino
Verdade Tiago Bottino, não sou de sua época não,sou do final da década de 80,foi um tempo que as crianças tiveram realmente infância,apesar que foi um tempo difícil,mas antes não tinham tanta droga não,as pessoas se respeitava mais, antigamente era raro um jovem ou um pai de família morrer assassinado, hoje essa peste dessa droga tem acabado com os jovens,tem destruído família,antes as crianças tiveram infância e graças a Deus eu tive infância.
ResponderExcluirParabéns pelo Texto Tiago Botino, admiro muito suas crônicas do cotidiano. Parabéns!
ResponderExcluirParabéns Tiago pela matéria, é uma pena que os jovens de hoje não vão ter história pra contar para seus filhos. Agora cá pra nós tu tinha cara de menino danado viu, kkkk.
ResponderExcluirEdigar mão branca, grande poeta pena que a mídia não dá espaço pra ele, mim lembro das festas nas fazendas da região q a gente morava. Nossa muito bom
ResponderExcluirEita!
ResponderExcluirViajei ao passado e experimentei as melhores sensações dessa época em que VIVER E RESPEITAR eram os princípios para ser feliz. Bons tempos esses, onde cada fase era vivida sem atropelo, sem queima de etapas!
"Cada qual no seu quadrado!": Criança brincava com brinquedos de criança, se vestia como criança e se comportava como criança. Adolescentes eram orientados e vigiados pelos pais; Jovens reconheciam seus pais como as maiores autoridades de suas vidas e os pais sabiam da responsabilidade de gerar uma vida, porque sabiam que não poderiam passar para ninguém a sua responsabilidade. Um modelo de sociedade do passado, causando tanta SAUDADE, quem diria!
Parabéns Thiago pela bela recordação partilhada.
Vamos marcar um evento, num dia qualquer, para resgatarmos e revivermos essas memórias.
Este e do meu tempo a irma dele foi minha profesora
ResponderExcluirViajei no tempo, eita tempo sem maldade.
ResponderExcluirParabens tiago voce e um exemplo Edgar mao branca nao precisa nem dizer melhor artista que itaperinga ja teve que pena que o povo da terra nao sabe valorizar o trabalho de Mao branca Melhor forrozeiro do brasil pra mim sim e um marco historico da cidade
ResponderExcluirAinda mim lembro de mão branca, quando eu pegava carrego na feira e ele vendia seu vinil na feira, _chorou a cidade chorou ou quando perdeu seu grande construtor...
ResponderExcluirAinda mim lembro de mão branca, quando eu pegava carrego na feira e ele vendia seu vinil na feira, _chorou a cidade chorou ou quando perdeu seu grande construtor...
ResponderExcluirLembrar das festas juninas ė voltar ao tempo que ėramos felizes e nâo sabiåmos
ResponderExcluirRelembro minha infancia Thiago
ResponderExcluirRelembro minha infancia Thiago
ResponderExcluirVc tem o audio desse disco panavoeiro?
ResponderExcluirQue texto maravilhoso, definitivamente voltei ao meu passado, passei por tudo isso é sei q nunca mais voltarar tempos como estes, muito obrigado Bottino por me fazer reviver estes momentos através de seu texto.
ResponderExcluirTambém quero ouvir esse Disco Thiago, PANAVOEIRO, disponibiliza pra nós ai.
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