'Ouvimos o choro
embaixo da terra', diz policial sobre resgate de índia recém-nascida enterrada
viva em MT
O salvamento de uma índia recém-nascida
– que foi resgatada depois de ser enterrada viva pela família dela, nessa
terça-feira (5), em Canarana, a 838 km de Cuiabá, é visto como um milagre por
policiais que ajudaram a salvá-la.
A polícia descobriu que a
recém-nascida estava viva no momento em que os policiais cavavam para retirar o
corpo do local.
“Podíamos ouvir um choro, bem
pequeno, embaixo da terra”, declarou ao G1 o major e comandante
da Polícia
Militar em Canarana, João Paulo Bezerra do Nascimento.
Os policiais calculam que a
criança ficou enterrada por seis horas – entre as 14h e 20h de terça-feira em
uma cova de 50 centímetros de profundidade. A menina está no Hospital Regional
de Água Boa, a 736 km de Cuiabá.
A família indígena, seguindo os
costumes deles, enterrou a menina no quintal da casa deles. A bisavó, Kutz
Amin, de 57 anos alegou que a criança não chorou e, por isso, acreditou que
estivesse morta. Ela acabou presa nesta quarta-feira (6). O G1 não localizou o
advogado dela.
Segundo o comandante, os
policiais se surpreenderam com a história por duas vezes: primeiro, pelo fato
da família ter enterrado a criança e não comunicado às autoridades. Segundo,
pelo fato da menina ter sobrevivido embaixo da terra por tantas horas.
“Ela foi enterrada por volta de
duas horas da tarde e fomos acionados já no período da noite. Foi um lapso
temporal muito grande. Já tinha acabado com qualquer esperança de encontrá-la
viva”, declarou Nascimento.
O procedimento legal é a PM
comunicar a situação à Polícia Civil, que por sua vez liga para a Perícia
Oficial e que faz a retirada do corpo. Como os peritos estavam em outra cidade,
longe dali, os policiais civis deveriam primeiramente encontrar o corpo.
“Quando o policial começou a
escavação, podíamos ouvir um choro bem pequeno, embaixo da terra. Vimos que a
criança estava viva, a tiramos dali e levamos para o hospital”, comentou o
comandante.
A bebê indígena está sob os
cuidados intensivos de uma pediatra desde que deu entrada no Hospital Regional
de Água Boa, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES).
“Foi como um milagre, ninguém
acreditava que essa criança pudesse estar viva e acabou emocionando a todos
ali”, concluiu o comandante.
Parto
A mãe da criança, de 15 anos,
sentiu contrações e deu à luz no banheiro da casa, por volta do meio-dia de
terça-feira. O bebê teria batido a cabeça no chão e não teve reação após o
nascimento, segundo a família.
Resgate
A denúncia anônima feita à
polícia na tarde de terça-feira dizia que o bebê havia morrido durante o parto
e sido enterrado no quintal dessa casa. Com isso, os policiais foram até o
local para saber o que tinha acontecido e retirar o corpo e levá-lo ao
Instituto Médico Legal (IML).
A mãe da adolescente e a mãe do
bebê foram ouvidas na delegacia e liberadas. A adolescente está com um quadro
de saúde debilitado e com hemorragia. A Fundação Nacional do Índio (Funai)
acompanha a situação com a família.
Prisão da bisavó
A bisavó deve ser apresentada à
Justiça em uma audiência de custódia entre esta quarta e quinta-feira (7). A
Polícia Civil autuou a bisavó por tentativa de homicídio. Ela disse à polícia
que cortou o cordão umbilical e enterrou a menina.
“Ela confessou que cortou o
cordão umbilical do bebê e, por não ter chorado, ela acreditou que a menina
estava morta. Ela fez o enterro do bebê na cultura deles, sem comunicar às
autoridades”, disse ao G1 o delegado Deuel Paixão de Santana.
O estado do bebê é estável e
estão sendo aguardados os resultados de diversos exames que já foram
realizados. A pediatra pediu ainda novos exames, dentre eles um de tomografia.
Fonte: G1 MT
A costumes em muitas tribos de interra um dos filhos gêmeos e crianças deficientes. Eles são resguardados pela lei. E ninguém pode interferir nos rituais de uma tribo.
ResponderExcluirNinguém pode porque? É gente ou bicho?
ExcluirConcordo com o comentário a cima, é macabro essa tradição mas temos que respeitar os costumes mesmo que a lei proteja- os
ExcluirIsso vai depender de como elas vivem, se na Tribo ou na cidade. Essa estórias de bater a cabeça no chão tá muito estranha.
ExcluirMeu Deus como esses monstros tiveram coragem de fazer uma monstruosidade dessa? Realmente,é o fim do mundo!
ResponderExcluirSe for verdade não é costume e uma monstruosidade a lei tem que interferir
ResponderExcluir