segunda-feira, 13 de março de 2017

ABRACE SEUS PAIS ENQUANTO ESTÃO AQUI... "TREM BALA" UMA LETRA QUE FALA DO ESSENCIAL.

Por FABIOLA SIMÕES*
A música “Trem Bala”, de Ana Vilela, tomou conta das redes sociais. A melodia é doce, e a letra fala do essencial. Do tempo que corre apressado, da necessidade de cuidarmos bem uns dos outros, da busca pelo que é realmente importante.
Não por acaso, a estrofe que diz: “Segura teu filho no colo/ sorria e abrace teus pais enquanto estão aqui…” é o trecho que mais me comove, justamente por ir de encontro ao que acredito.
A vida passa num segundo. Num instante estamos vivendo as primeiras histórias, e no instante seguinte estamos nos despedindo de quem amamos.
É preciso não adiar os abraços que temos a oferecer, os colos que podemos proporcionar, os sorrisos que podemos distribuir, os beijos que podemos dar.
A vida não espera termos maturidade suficiente até que possamos valorizar um terno abraço em nossos pais
ou um colo de urso aos nossos filhos.
É preciso sugar o tempo com sabedoria. Entender que trabalho, compromissos e obrigações são importantes, mas jamais poderão ser tratados como prioridades.
Priorizar é reconhecer aquilo que é essencial, o que tem valor, o que deve vir em primeiro lugar. É autorizar a presença de alguém em nossa vida e, ao perceber que esse alguém tem importância, zelar pela relação com respeito, cuidado e carinho. É entender que o tempo leva embora pessoas que nos são caras, e por isso não devemos atrasar nossas demonstrações de afeto, nosso querer bem, nosso “eu te amo” sincero.
Abrace seus pais enquanto estão aqui. Aproveite a companhia dos “velhos” ouvindo com atenção as histórias que carregam dentro de si; o jeito como nos olham revelando que ainda somos “suas crianças”; a maneira como se alegram quando estamos receptivos ao seu amor. 
A vida nos cobra muito. É lição do filho para ajudar a resolver, prazos apertados no trabalho, ginástica para emagrecer, roupa pra passar, chão pra limpar, check up anual, faculdade, pós graduação, trânsito e pele boa. Nesse frenesi encontramos poucas brechas para o essencial. Pouco espaço para um café com bolinhos ao lado da mãe ou filme no Netflix ao lado do pai. Faltam pausas amorosas no nosso dia. Momentos em que é preciso brecar o ritmo abusivo da rotina e abraçar a doce calmaria do encontro.
Outro dia minha mãe me esperou na casa dela e eu não fui. Apressada com as lições do filhote e prazos do blog para resolver, disse que não poderia comparecer naquela tarde. Dias depois, ela me contou que tinha colocado a mesa para um café com porcelana especial para mim e mimos para meu filho. Me despedacei. Pedi perdão, é claro, mas meu interior ainda se ressente.
Entre a infância e a velhice há um sopro de vida. Um sopro que deve ser valorizado antes que o tempo transforme promessas em arrependimento. Um instante que deve ser preenchido com saudades não consumadas, abraço aguardado, coragens necessárias, afetos declarados, gentilezas insistentes e acenos temporários.
Sempre me pergunto quanto tempo dura uma vida inteira. Talvez menos do que a gente gostaria e nunca o suficiente para termos realizado tudo. Por isso torna-se primordial não adiar o essencial: café na caneca de ágata, menino na cadeira espiando a mãe fazendo bolacha de nata, sensibilidade revelada durante música antiga, amor vivido, arrependimento esquecido, saudade dizimada, mágoa dissipada, perdão concedido e, principalmente, abraço apertado em nossos pais…
 



Texto de: FABIOLA SIMOES
Fabíola Simões não é jornalista nem publicitária, mas desde menina adora bordar histórias. Dentista por formação e profissão, inventa enredos no blog "A Soma de todos os Afetos" www.asomadetodosafetos.com No facebook: ASomaDeTodosOsAfetos No instagram: @asomadetodosafetos.

9 comentários:

  1. AMO DEMAIS ESSA MÚSICA...NOS FAZ REFLETIR...

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  2. Que vídeo lindo,gostei muito é a mais pura verdade.

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  3. linda essa música, como eu gostaria que meu pai estivesse aqui,amanha fará 2 anos que ele nos deixou e eu não tive tempo de da o último abraço.

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  4. Porra de trem bala.
    ta pagando pau pro Japão. ...
    nossa realidade é outra.
    É acordar 4 da manhã pegar trem lotado chegar no trampo.
    Fim de tarde pegar trem lotado d novo pra voltar pra casa. Assim segue. . .

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    1. Cara, já te falei pra parar com essas pedras.Tu não tá mais raciocinando.

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    2. Verdade amigo!
      Aqui nem tem trem bala né?
      É só no Japão mesmo...
      Cada uma kkkkkkkk

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    3. Seus burros! Trem bala aqui é só uma comparação. Vão estudar. É por isso que a educação está aí refletindo só burrices.

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  5. Botino, Só gostaria de comentar sobre o ocorrido com tua mãe. A questão de você não ter ido à casa dela, dentre tantas outras coisas na vida e de tantas outras pessoas é que também o mundo nos cobra bastante.Vivemos em um mundo muito capitalista em que só se pensa em produzir coisas e capitais, dindin, money, moeda, e as pessoas perderam o valor do humano, do indivíduo e acabamos por dedicar mais às coisas que às pessoas. Na verdade, dedicar às pessoas Tornou-se um incômodo para muitos, até porque, as relações são mais virtuais que reais. O que importa para este mundo, é o quanto vamos render para a sociedade ou para a empresa. Somos na verdade produto do capitalismo pra gerar mais capitalismo. E muitos queixam do capitalismo existente que vai gerar competição. Logo capitalista não é só o Tio Patinhas que tem muito dinheiro, mas é também o Pato Donald que é invejoso. Também... é a única saída dele para expressas que tem poder...Quero ver quem hoje é que estuda para ajudar os outros, principalmente quando se estuda o curso de Medicina. Pensa-se logo: "Estou estudando para ter garantia de vida, para me emancipar e estabilizar", mas ninguém diz: "Vou estudar Medicina para salvar vidas", até porque se alguém disser isso, vai mesmo ser tachado como otário, mentiroso e hipócrita. Hoje, o que importa é ter estabilidade financeira, e com isso, o valor do ser humano está se esvaindo a cada dia que passa. Fico pensando estas coisas e muito triste como acontecem as relações humanas. Entendo que não somos culpados de muita coisa, mas para para soblevar sobre estes desvalores, é preciso ter consciência, maturidade e determinação. Quando alguém morre por exemplo, se destaca muito os seus feitos e não o que ela é enquanto personalidade, sem falar que depois que morre, vira "santo", mesmo sendo uma pessoa ruim. E se você já não serve, torna-se inútil e sem valor. E assim vamos andando no "Trem bala da vida".

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  6. Essa música eu recebi pelo zap momento mais difícil da minha vida pois meu pai não estava bem estava me sentindo destruída e essa música de uma certa forma me fez vê a vida de uma outra forma

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