ESQUEMA TERIA OCORRIDO EM 2013, ANTES DO PERÍODO DE
INTERVENÇÃO JUDICIAL. NOTAS FORAM UTILIZADAS PARA COMPOSIÇÃO DE AJUSTE
CONTÁBIL, SEGUNDO O MP.
O Ministério Público da Bahia denunciou, nesta segunda-feira
(21), 12 pessoas acusadas de envolvimento em um esquema de fraude em notas
fiscais no Esporte Clube Bahia. Segundo o órgão, o esquema ocorreu no ano de
2013, antes da intervenção judicial, quando Marcelo Guimarães Filho era
presidente tricolor. De acordo com a denúncia, as notas fiscais falsas foram usadas
para composição de ajuste contábil do clube no período imediatamente anterior à
intervenção. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.
Em nota oficial, o clube ressaltou que as denúncias são
referentes às gestões anteriores e que, após a intervenção, as diretorias têm
apoiado e colaborado com as investigações. "A Diretoria do Esporte Clube
Bahia reafirma seu apoio às apurações a respeito de quaisquer malfeitos que
possam ter
implicado em dano ao Clube, bem como espera que a denúncia feita pelo
MPE/BA seja rigorosamente apurada e que, comprovadas as irregularidades, os
responsáveis sejam levados a julgamento e, se assim a justiça entender, punidos
conforme a legislação vigente".
As apurações indicam que a fraude foi promovida para ajustar
artificialmente as contas no balanço financeiro do clube. Para justificar
determinadas saídas de verba, incluindo gastos que íam de encontro a normas
regimentais do Bahia foram forjadas obrigações e despesas. O Ministério Público
aponta que o esquema envolvia membros da diretoria da agremiação e dirigentes
de algumas empresas privadas.
Conforme as investigações do MP-BA, juntos, diretores do Bahia
e das empresas produziram documentos fiscais falsos, relacionando serviços que
não foram efetivamente prestados.
Os membros do Bahia foram denunciados pelos crimes previstos
nos artigos 288 e 304 do Código Penal, formação de quadrilha e falsificação, respectivamente,
e os empresários pelo crime descrito no artigo 299, que trata de “omitir, em
documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele
inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita,
com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre
fato juridicamente relevante”.
Após a intervenção judicial, foi realizada uma auditoria no
Bahia entre 30 de julho e 7 de setembro de 2013, que investigou as contas e
negociações realizadas pelo clube de janeiro de 2012 a junho do ano seguinte,
período que compreende o segundo mandato de Marcelo Guimarães Filho. O
relatório foi construído com base em informações colhidas no clube e junto a
alguns funcionários da agremiação.
O levantamento apontava "caos" administrativo e
financeiro no clube, "dívidas exorbitantes", além de detalhes de
negociações que até então eram desconhecidos, casos como o de Anderson Talisca
e do meia Gabriel.
"O ambiente geral de controle interno do Esporte Clube
Bahia é bastante deficiente, não existindo políticas, normas e procedimentos
formalizados que garantam o adequado controle e registro das operações e,
particularmente, que garantam a elaboração de informações contábeis
fidedignas", dizia o documento logo em suas primeiras páginas.
Entre outros pontos, a auditoria encontrou dificuldades para
localizar destinatários de valores que saíram das contas do Bahia no período
analisado. Conforme o documento, a “administração do Esporte Clube Bahia vem
realizando frequentes pagamentos em dinheiro ou com cheques ao portador, de
valores relevantes, o que enfraquece substancialmente os controles e aumenta
significativamente o risco de existência de irregularidades”.
Entre as saídas de "valores relevantes", estão as
emissões de dois recibos de R$ 30 mil (16/06/2012 e 04/07/12) com o histórico
de "Adiantamento para Terceiros". Os documentos não possuíam
informações sobre nome do fornecedor, tipo de serviço prestado, período e local
da prestação desses serviços. Os recibos tinham a assinatura do Setor
Financeiro do clube.
No levantamento, os auditores encontraram notas fiscais sem
descrição detalhada do serviço prestado. Algumas traziam apenas a identificação
de ‘Serviços de Consultoria Diversos’. A investigação ainda apurou que faltam
evidências para comprovar a efetiva prestação dos serviços ou entrega de
materiais que originaram as notas.
Confira a íntegra do comunicado do Esporte Clube Bahia:
"O Esporte Clube Bahia vem se posicionar oficialmente a
respeito da notícia veiculada hoje pelo Ministério Público do Estado da Bahia
sobre a denúncia feita pelo órgão à Justiça, referente a 12 pessoas envolvidas
na emissão e uso de notas fiscais falsas para composição de ajuste contábil do
Clube. É importante esclarecer que tal denuncia é referente a gestões
anteriores à intervenção judicial pela qual o Esporte Clube Bahia passou, e,
após a referida intervenção, as Diretorias que sucederam não só apoiaram as
investigações, como tem colaborado constantemente com os órgãos investigativos
(Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal e Polícia), fornecendo
documentos e prestando esclarecimentos sempre que solicitado. A Diretoria do
Esporte Clube Bahia reafirma seu apoio às apurações a respeito de quaisquer
malfeitos que possam ter implicado em dano ao Clube, bem como espera que a
denúncia feita pelo MPE/BA seja rigorosamente apurada e que, comprovadas as
irregularidades, os responsáveis sejam levados a julgamento e, se assim a
justiça entender, punidos conforme a legislação vigente. Reiteramos, ainda, o
nosso compromisso de buscar reparação civil à instituição, tão logo sejam
comprovadas as irregularidades denunciadas e que tenham implicado em prejuízo
financeiro ao Esquadrão de Aço”.
Fonte: G1 BA
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários sem o seu NOME não serão aprovados
MATÉRIAS ASSINADAS , com FONTE, são de responsabilidade de seus autores.
contatos blog: whats: (77) 98128-5324
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.