Os pais eram casados havia 45 anos, mas continuavam tão apaixonados que um morreu apenas 23 horas depois do outro. Acabaram velados lado a lado, do jeito que viveram
"Eu não vivo sem você!”. Essa é a frase que minha mãe (Ângela) e meu pai (Oscar) mais disseram um para o outro durante os 45 anos em que estiveram casados. E disseram de coração, porque o amor que unia aqueles dois era digno de filme, viu? Tanto que nem a morte conseguiu separá-los!
Ela foi a única namorada dele e vice-versa!
Minha mãe tinha 18 anos quando conheceu papito. Amiga de classe da irmã dele, vivia fazendo trabalhos escolares na casa da minha vó. Do alto dos seus 19 anos, ele se engraçou pela moça baixinha e brincalhona. Esperto, começou a ir até a escola na hora da saída para esperá-la e levá-la para casa. Não demorou e ela também ficou caidinha pelo jeitão dele, todo bem-vestido e cavalheiro.
Engataram namoro – o primeiro da vida de ambos – e em 1971 subiram ao altar. Ela, aos 20 anos, de véu e grinalda; ele, aos 21, num terno impecável. Após três anos, entenderam que era hora da família crescer. Nasci em 1974 e minha irmã, Andréa, em 1979. Que sorte crescer vendo aquele amor raro, que nunca perdeu a força e o romantismo... Nem quando nossa família precisou viver separada!
Eu tinha 15 anos quando meu pai, que sempre trabalhou com autopeças, abriu empresa em Araçatuba, no interior de São Paulo. No início, as coisas foram tão bem que Neguinho e Meu
Anjinho (eram assim que meus pais se chamavam) conseguiram até comprar uma chácara!
A rotina era puxada, mas eles sempre achavam tempo de mimar um ao outro. Ela fazendo as comidas prediletas dele, ele indo levá-la e buscá-la nos lugares – pura desculpa para estarem juntos, pois dona Ângela sabia dirigir e tinha carro. Nunca, mas nunca mesmo, vimos uma discussão sequer daqueles dois! Se o amor era inabalável, os negócios nem tanto. Em 1992, papito faliu. Tivemos de vender tudo e ir cada um para um canto. Como eu já fazia faculdade de Direito, continuei morando em Araçatuba, com amigos. A Andréa foi estudar em São Paulo, com nossos avós paternos. Já meu pai virou gerente numa distribuidora de alimentos no Rio de Janeiro e se mudou para lá com minha mãe.
Foi difícil para todos nós. Na tentativa de amenizar a separação, mamãe ficava uma semana comigo, uma com a minha irmã e o resto com papai. Antes nos visitar, preparava cada refeição dele e deixava no congelador. Quando voltava, achava tudo intocado. “Prefiro comer fora do que aqui em casa, sem ela”, justificava seu Oscar. Incrível como, mesmo no perrengue, eles continuavam com os mimos e carinhos!
as irmãs com as fotos dos pais |
Quando descobrimos o câncer, já era tarde!
Um ano e meio depois, voltamos todos para São Paulo e, aos poucos, meu pai se reergueu vendendo autopeças novamente. Fomos morar em uma casa alugada. Permaneci com eles, mas Andrea saiu aos 20 anos, para morar com o namorado Fábio, hoje seu marido.
Em maio passado, seu Osmar começou a reclamar de dores no abdômen. Como nunca foi de ir a médicos, tomou analgésicos por conta própria. Funcionou por uns dias, mas em junho a dor ficou insuportável. Com a barriga inchada, ele foi ao hospital.
Deram remédios e ele foi para casa. Quando a dor piorou no dia seguinte, resolveram interná-lo para exames. Sem quarto disponível, ele passou a noite na enfermaria, com minha mãe ao seu lado, numa cadeira.
O diagnóstico saiu em 24 horas: câncer avançado no pâncreas, já espalhado para o fígado e o peritônio. Ele ficou internado por 30 dias. Até tentou fazer quimioterapia. Mas na segunda sessão já definhou, emagreceu muito. Pior: o tratamento não levá-lo para o conforto do lar.
Nesse período, a gente revezava como podia. Mas minha mãe não ficava longe dele de jeito nenhum. Ia para casa para pegar roupas, tomar banho e logo retornava ao hospital.
Um infarto inesperado levou minha mãe
No dia 8 de julho ele voltou para casa. Dona Ângela seguia à risca os horários dos remédios (alguns, à base de morfina) e as regras da alimentação. Mas seu Oscar já não comia quase nada. Uma semana depois, sem aguentar de dor, pediu para voltar para o hospital. Lá, os médicos acharam melhor mantê-lo sedado até o fim. Minha mãe ficou em estado de choque. Porém, novamente não abriu mão de ficar ao lado dele.
Como não havia quarto disponível, tiveram novamente de passar a noite no pronto-socorro. Na manhã do dia seguinte (16 de julho), enquanto estava a caminho do hospital, a Andréa ia trocando mensagens pelo grupo de WhatsApp que tinha comigo e com nossa mãe. De repente, dona Ângela parou de responder. Fiquei preocupada e liguei para a Andrea. Ela me disse que estava a maior confusão na emergência.
Mal sabia que a correria era por conta da nossa mãe, que tinha acabado de ter uma parada cardiorrespiratória. Quando soube, voei para o hospital. Chegando lá, soube que mamãe não havia resistido. Que dor! Eu e a Andrea nos abraçamos e, chorando muito, fomos vê-la. Lá estava ela, numa maca, ao lado de seu grande amor – que, felizmente, não se deu conta da partida da amada, pois continuava sedado e inconsciente.
Uma tia ficou com papai no hospital enquanto eu e Andrea organizávamos o velório de mamãe, que foi marcado para as 16 h do dia 17 de julho. Estávamos almoçando nesse dia, quando a tia avisou que ele também havia partido, exatamente 23 horas depois da mulher que amava.
Como ele estava internado, a liberação do corpo foi mais rápida. Já estávamos velando a minha mãe quando o corpo do meu pai chegou. Colocamos um do lado do outro, na mesma posição em que deitavam na cama. Impressionante o semblante de paz deles! Pareciam serenos por estarem juntos. Pois a morte, em vez de separá-los, acabou unindo-os para sempre! -
ADRIANA TERESA DA SILVA, 41 anos, advogada, São Paulo, SP
Emocionante!!!
ResponderExcluirtriste,porem uma história de amor muito linda difícil de viver nus diaa de hoje..
ResponderExcluirEmocionante!!
ResponderExcluirQUE HISTÓRIA!!CHOREI MUITO.
ResponderExcluirQue história, emocionante.
ResponderExcluirÉ uma história emocionante. Serve de exemplo para tantos casamentos que são vividos à base de brigas e mesquinharias.
ResponderExcluirÉ uma história emocionante. Serve de exemplo para tantos casamentos que são vividos à base de brigas e mesquinharias.
ResponderExcluirHistoria de amor linda, exemplo de superação.
ResponderExcluirLinda história de amor e superação, parabens família, seus pais foram um grande exemplo de amor e superação.
ResponderExcluirMe emocionei muito, mesmo não fazendo parte desta família, me sentir uma como se fosse. Vocês devem se sentirem muitos honrados por vivido em um lar só de amor, sem brigas, palavrões.
ResponderExcluirParabéns.
Muito bonita essa história! e realmente difícil de acontecer nos dias de hoje.
ResponderExcluirEm meio de tantas notícias triste, que bom ler uma matéria como essa.Nós não sabemos como amar, não sabemos respeitar o outro como ele é, sempre queremos moda-los de acordo com o nosso gosto, não nos preocupamos em apenas sermos felizes.
ResponderExcluirGente, que lindo :'( chorei e arrepiei ao ler... Difícil encontrar casal que viva pelo menos 10 anos juntos... História linda esta
ResponderExcluirHistoria emocionante numa epoca em que vivemos onde o amor e a familia deixou de ser eternos.
ResponderExcluirTambém, eu e minha família passamos por este momento tristeza e perda inesperada. Meus pais também viveram uma linda historia de amor por quarenta anos, tanto que morreram juntos. Meu pai faleceu e minha mãe morreu uns vinte minutos depois dele, sendo que poucas horas antes disto tudo acontecer, eles estavam de mão dadas passeando pela rua.
ResponderExcluirQUE Deus abençoe sua familia com a certeza da vida eterna...saber entender que estamos só de passagem e que a morte é um estágio na natureza abre portas á compreensao das coisas de Deus..
ResponderExcluirQUE LINDA HISTÓRIA Q DEUS CONSEDA ELAS DOIS JUNTOS PARA SEMPRE
ResponderExcluirEmocionante este fato, e muito bonita esta história
ResponderExcluiruma história muito triste porém muito emocionante
ResponderExcluirEmocionante msm, isso que era amor. Vai com Deus.
ResponderExcluirNossa! Parece amor eterno, que nem a morte os separou!!!!
ResponderExcluirSem palavras .....
ResponderExcluirEmocionante...♡
ResponderExcluirmuito triste e lindo ao mesmo tempo,nem um nem outro sentiu a dor pior que e a dor da perda.
ResponderExcluirverdade.... muito emocionante.!!!
ResponderExcluirVdd
ResponderExcluirTODOS OS AMORES
ResponderExcluirTODAS AS PAIXOES
HOMENS, MULHERES
TODAS AS ROSAS
TODAS AS POESIAS
O ENCANTO DO ENCONTRO
E O CANTO DE TODAS AS PAIXOES
NO MAIS PROFUNDO SENTIMENTO
NO PISCAR DOS OLHOS
NO PEGAR DAS MAOS
EM TODOS OS ABRACOS
NO DEGUSTAR DE TODOS OS BEIJOS
AS PALAVRAS DO " EU TE AMO "
A MAIS BELA DE TODAS AS FRASES
BATEM FORTE OS CORACOES
TE MANDO FLORES
EM TODAS AS PAGINAS
O TEU NOME
OH!
MINHA AMADA
MEU AMADO
EM TODOS OS INSTANTES DA MINHA " VIDA "
ATE A ETERNIDADE.
UMA HOMENAGEM A ESSE ETERNO " AMOR "
BY, J O R G E L U I Z M A I A
Nossa que amor viu 😍
ResponderExcluirhistória linda
ResponderExcluirMe emocionei dmais... Este amor é igual ao meu...Q lindo...Se pudesse morreria tb no mesmo dia q o meu amor.
ResponderExcluirEmocionada!!! História perfeita...será que ainda dá para encontrar um amor assim?!!!
ResponderExcluirEmocionada!!! História perfeita...será que ainda dá para encontrar um amor assim?!!!
ResponderExcluirEmocionada!!! História perfeita...será que ainda dá para encontrar um amor assim?!!!
ResponderExcluirTive uma professora, que aconteceu a mesma história com os país delas, velando os corpos juntos... E uma cena triste e emocionante só mesmo tempo....
ResponderExcluirMuito emocionante. Me tirou lágrimas! O amor está tão banalizado que nem tenho a esperança de viver um amor assim
ResponderExcluirLinda história de amor que Deus conforte o coração de vcs concertezas eles estao ao lado de Deus e vivendo o grande amor que nen a morte separou em outros planos ...que Deus as conforte ..
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